Tribunal do Crime: membros de facção ordenavam execuções de dentro de presídios

Os 23 alvos presos na manhã desta sexta-feira(16) durante a operação Contraordem, deflagrada pela Polícia Civil, fazem parte de uma facção criminosa responsável por ordenar o chamado Tribunal do Crime, que resultou em execuções com requintes de crueldade, na zona norte de Teresina. 

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Dos alvos, nove já estavam no sistema prisional do Piauí e também eram responsáveis por ordenar a execução de desafetos e a prática de outros crimes. Os outros 14 presos são egressos do sistema prisional no Piauí e de outros estados.

“Mortes muito violentas, decapitações que geraram muito clamor social pela violência do crime. É uma forma exemplificativa para aqueles que não querem se submeter às ordens da facção”, explicou  delegado Júlio Castro, coordenador do CORE.

Ainda de acordo com o delegado, os alvos que já estavam no sistema prisional eram responsáveis por manter a comunicação com outros detentos e com outros membros da facção que estavam nas ruas.

“Atuam junto aos presos dentro do sistema e muitas vezes conseguem a troca de informações com as pessoas que estão fora” , disse o delegado Júlio Castro.

Questionado sobre a atuação de detentos do sistema prisional na facção criminosa, o secretário estadual de Justiça, Carlos Edilson, afirmou que a organização já vinha sendo monitorada dentro dos presídios piauienses.

“Nas unidades da região metropolitana temos a presença bem forte de procedimentos de segurança que evitam essa comunicação. Em parceria com a Secretaria de Segurança, fizemos essa operação que teve esse resultado: identificando essas noves pessoas que já estavam presas”, disse o secretário de Justiça.

Ao todo, foram expedidos 29 mandados de prisão. As equipes da Policia Civil continuam na rua para tentar localizar os outros seis alvos que continuam foragidos.

“Uma investigação complexa, que identificou essas 29 pessoas e que vai continuar. Por conta dessas apreensões e por conta das informações obtidas durante a deflagração da operação, a  gente tende a apresentar mais resultados”, explicou o delegado Tales Gomes, coordenador do Greco.